segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

We can grow strong

Ela se encontrava em um estado constante de felicidade. Todos os dias quando entrava no apartamento o o via ali, dormindo, ou via as roupas dele jogadas, ou os poemas espalhados pelo chão, ou a bagunça que o pequeno e colorido apartamento se tornara desde então, ou até mesmo o cachorrinho preto, dava um sorriso, um sorriso que mal cabia em sua face, eu seu corpo. Diziam que ela tinha emagrecido, que parecia mais bonita, mais jovem. Mais feliz. Quando parava para pensar, sentia medo, pois estava colocando tuda na mão dele. E se ele se cansasse de permanecer com elas fechadas e as abrisse? Se ele decidisses solta-la com toda a felicidade junto... Os os olhos azuis dela se enchiam de incolores gotas de líquido, então ele chegava, deitava ao lado dela, passava as mãos pelo cabelo castanho ondulado, limpava as lágrimas que já haviam descido e dizia para ela não se preocupar. Não se preocupar com nada, pois ele iria arrumar a bagunça. E então, imediatamente, a vontade de cantar na chuva voltava.
No final das contas, acho que era a felicidade que a fazia chorar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sick Blues

A cama permanecia bagunçada, permanecia com o lado esquerdo vazio, sozinho, meio melancólico. Eu olhava pra ele de relance ao entrar no quarto pra trocar de roupa e meus olhos se enchiam, quase que instantaneamente, de lágrimas. Eu fazia o máximo para não olhar. Cada centímetro, cada átomo que constituía aquela cama, aquele quarto, aquele apartamento, estava cheio de você. Eu passava o máximo possível fora de lá, bem longe do seu cheiro, do seu ego, que ainda infestavam meu apartamento. Os pingos começavam a cair quando olhei pra frente. Parei instantaneamente. Tudo parou. Menos você. Continuou vindo e vindo e vindo até que chegou. Bom te ver. Silêncio. Queria saber como estava. Silêncio. Estava indo te visitar. Silêncio. Senti. Os dedos gelados e longos me puxaram pra perto, os braços envolveram docemente meu corpo e eu poderia jurar que tudo ao redor desmoronou. Pensei, em certo momento, que poderíamos nos unir em um corpo só. Você me soltou. Tudo se tornou sólido novamente. Não precisa ser assim, pequena. Eu só te olhava. Ficava ali, com os dentes cerrados, os olhos encharcados e os pêlos arrepiados. Era como se eu tivesse ficado muda. Pensava em tudo, mas não havia voz, não consegui me movimentar. Movimentar meus lábios, minha língua. Você me deu um beijo na testa. Espero que você melhore, ou que ao menos consiga me abraçar de volta. Um dia venho te visitar. Saiu. Devo ter ficado parada por mais três minutos enquanto as pessoas corriam para se salvar da chuva. Andei lentamente até o prédio verde. Subi alguns degraus. Coloquei a chave na fechadura, girei, sentei no sofá azul e esperei.
Ainda estou esperando.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sweet Cloud

Os seus cachos estavam bagunçados, anormalmente entrelaçados entre si, os meus dedos não conseguiam sair de lá. Você ria e dizia que pentear o cabelo era perda de tempo, enquanto eu beijava suas bochechas pálidas, sua boca suplicante e seus olhos café. Você levantava e saia do quarto, enquanto eu ficava lá, vendo você até onde você não estava. Eu fechava os olhos, virava, dormia novamente. Você puxava as cobertas e dizia que eu estava atrasada, que você mesmo estava atrasado e me pedia para fazer panquecas. Eu fazia uma careta, levantava e dizia "estou atrasada, vá comer na padaria". Você sorria e me mostrava o relógio. 6h. Eu te dava alguns tapas e você me agarrava pela cintura e me dava um beijo matinal. O beijo matinal. Me atirava de volta na cama e pegava alguma camiseta das milhares amontoadas no guarda roupa e saia do quarto batendo pelas paredes, sempre vestido com seu jeans preferido, com meu jeans preferido. Eu ficava parada te vendo até onde você não estava. Levantava calmamente, te pegava desprevinido, colocava minhas mãos quentes sobre seus olhos café e perguntava quem era. "Lady Gaga", você dizia, com aquela voz doce, que estava constantemente falando sobre o quão boba e louca-por-você-até-fim-do-mundo eu era. Eu só sorria. Não ousava negar. Não poderia negar. Não sabia como negar. Colocava o meu vinil do Rolling Stone e cantava, ou melhor, gritava, enquanto você bebia café e lia o jornal. Eu rodava com os olhos fechados, esbarrando nos móveis e caindo, enquanto você se engasgava com o café por rir de mim. Ia até lá, se deitava ao meu lado no chão e me dava um beijo. O beijo. Levantava e saia andando em direção a porta com seu all star vermelho sangue. Os seus passos faziam um som torturante no piso de madeira. Sons de adeus. Saia sem olhar pra mim, batendo a porta, enquanto eu ficava lá, boboca e patética, te vendo onde você não estava. De repente você voltava com uma cara preocupada, abria a porta e exclamava um lindo e maravilhoso "eu te amo" e saia batendo a porta.

Enquanto eu ficava lá, te vendo até onde você não estava.

domingo, 1 de novembro de 2009

Tecnicolor

Ela vivia com aquela filmadora apontada para os cabelos cacheados dele. Ele, sempre com muita vergonha, ficava vermelho rapidamente e cobria o rosto com as mãos, ou uma almofada, ou, por vezes, com o gato que passeava inocentemente pela casa. Ele viva com o violão na mão escrevendo músicas e tocando, tocando, tocando, enquanto ela reclamava e o mandava morar com o violão. Ele dava uma risada gostosa, deitava o violão com todo o cuidado na mesa e corria até ela. Abraçava-a, beijava-a e cantava para ela, fazendo ela rir e sorrir e adorá-lo cada vez mais. Vez em quando ela estava dormindo e ele pegava o violão e começava a tocar Baby. Ela acordava meio desnorteada e jogava um travesseiro nele. Ela ria, ele sorria e de repente paravam e ficavam olhando um para o outro. Só olhando. Do me a favour, look at me closer. Vez em quando ele saia para fazer os pequenos shows rotineiros enquanto ela ficava no escuro com os cigarros, a fumaça, o gato e os vinis, escrevendo um novo roteiro, olhando pela janela, até que ele chegava tarde da noite e batia na porta, fazendo um som diferente, fazendo o som que o coração dele fazia ao vê-la.
Só ao vê-la.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Mais do mesmo.

Ela tentava não chorar enquanto ele passava as mãos pelo pelo sedoso do gato que dormia sobre o sofá vermelho do apartamento que cheirava a incenso e a cigarro. Ele bocejava enquanto ela secava os primeiro resquícios de lágrimas. Ele pensava em como ela ficava bonita com o rosto vermelho e os olhos levemente inchados depois de chorar, e em como ele gostava da forma que ela o abraçava nesses momentos. Ela pensava no filme. Ele pensava em como os gatos são animais folgados e nos cabelos dourados e bonitos dela. Ela pensava no filme. Ele pensava na chuva que ameaçava de vir e não vinha, e em como esse tempo ruim estragou os planos dele. Ela pensava no filme. Ele pensava na primavera. Ela pensava no filme. Ele pensava no filme. Ela pensava nela. Ele pensava nela, ela pensava nela. Ele pensava nele, ela pensava nela. Ele pensava neles, ela pensava nele.

Ele pensava em não se apegar muito, ela pensava em malas.

sábado, 25 de julho de 2009

I've been working awful hard for you. #2

Entrou no apartamento que parecia pequeno demais sem ela pra equilibrar o ego gigantesco dele. Tentou não pensar no quão triste e poética foi aquela cena na escada, pois pela primeira vez, percebeu que ele era a culpado. Abriu a geladeira com o gato incansável pedindo carinho, um carinho que ele nunca poderia realmente dar. Viu o suco, o sanduiche...Saudável demais. Queria algo que fizesse mal, essas coisas costumam limpar a alma dele. Tateou o bolso e pegou a carteira de cigarro. Abriu a garrafa de vinho que estava envelhecendo dentro do armário e foi para a sala. Sentou no sofá que cheirava a sexo, praticado tantas outras vezes ali. Viu que o álbum de fotos estava em cima da mesa, logo deduziu que ela estava olhando-o. Dias de ouro, pensou. O vinho descia tão doce pela garganta quanto a fumaça do cigarro. Colocou o copo em cima da mesa de madeira. Lembrou da ameaça que ela fez se ele manchasse a mesa. Sorriu. O gato agora se apoderara de seu colo. Estava quieto, quase dormindo. Ele o acariciou. Quando as pessoas desistem de pedir a ele algo, ele concede a elas, sempre foi assim. Nunca fez muita questão de sair de casa, mas ficava tocando violão o tempo inteiro. Ela sabia que seria difícil, não pode reclamar. De qualquer forma, conseguiu dele o que nenhuma tinha conseguido antes. Ele precisava dos passeios noturnos, de ficar preso em seu lindo e imenso mundo por algumas horas, do contrário, as malas estavam ali. Mas ele sentia agora a dor que sempre causava a ela quando partia sem lenço nem documento, quando partia durante dois dias sem telefonemas ou avisos, só...sumia. Ela às vezes o acordava no meio da noite clamando por um beijo, por um simples toque do seu doce lábio. Ele dava. Um, dois, três, sete. Virava e dormia. Ela continuava lá, olhando para o teto com os olhos brilhantes e os sentidos totalmente confusos, mesmo depois de dois anos de beijos constantes. Era disso que ele gostava, gostava da forma como a controlava com um simples beijo. A garrafa já estava no fim e o gato estava brincando com uma bola de tênis. Gato bobo. A fumaça do último cigarro desenhava pequenas bolas no ar, apesar dele ver o rosto dela sempre. Calçou o all star verde que já estava rasgando e colocou o blazer que ela tanto amava. Abriu a porta e lá estava ela, sentada nas escadas apenas... esperando? Sentou ao seu lado e sentiu seu cheiro. Um mix de absinto com desespero e dor. Acariciou seus cabelos vermelhos e lhe deu um beijo na testa. Pegou-a pela mão e a conduziu a saída do prédio, a fez cruzar a ponte que a separava de todos os seus sonhos. A partir daquele momento, pequena estrela pequena não era mais.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

I've been working awful hard for you.

Ela não sabia como se sentia, como se sentir. As pessoas perguntavam como estava e ela não sabia, não poderia saber já que até um canto a mais ou a menos de um pássaro fazia uma grande diferença agora. Tinha atingido o limite, a linha que separa o quase do é, a linha que separa a vida da morte... Drama demais. Sentou no sofá e olhou a janela, janela que mostrava a cidade, a cidade que abria os olhos para novo dia aos poucos, meio atordoada, meio cansada de ter que suportar tudo novamente. Pensou sobre a cor dos olhos, o cheiro e o gosto dele, e como tudo isso transparecia nas fotografias que eles tiraram juntos, em como tudo isso transparecia nas fotografias que ela tirou dele. Sorriso doce e sincero. O café esfriou, assim como outras coisas. Precisava de companhia. Escolha aleatória, acabou tirando o vinil da Piaf. Perfeito para o momento. O café frio descia suavemente pela garganta, fazendo uma dança com o coração que estava para sair, o acalmando, dizendo que aquela não era a solução. Mais dúvidas para o pobrezinho. A quoi ça sert l'amour? Percebeu que o gato dele não estava por ali, com seus olhos amarelos e hiponotizantes ronronando para ela, pedindo por um pouco de atenção. Essa era a diferença entre os dois. O gato clamava por uma atenção que ele nunca seria capaz de dar, e ela, ela se contentava com muito pouco, sempre foi assim, meio perdedora, meio cansada, olheiras, devaneios, procura por uma máquina de escrever vermelha e ele. Essa era ela, e a falta de atenção dele não a incomodava nem um pouco. Ele teria que ir, eventualmente, ele era assim, evitava maiores sentimentos. Besteira. Se alguém fosse machucar alguém, não seria ela a ele, e ele sabia disso, só não acreditava. Quando parou pra pensar, estava sentada no chão com seu caderno e suas ideias. Tudo anotado em uma letra ilégivel para outros e apenas feia para ela. Ali estava o gato, apreciando a cidade como ela fazia minutos atrás. Queria dar um volta. Sem companhia. Vestiu o casaco verde que ele tanto elogiava e saiu pela porta. Topou com ele na escada enquanto vomitava seu coração. Papéis invertidos. Ele chegando e ela saindo. Os olhos dele suplicavam por carinho e abraço, mas sua boca continuava fechada. Olhos nos olhos, quero ver o que você diz. Não informou sobre o café ou sobre o gato. Não informou sobre a beleza da nova cidade nem sobre o sanduiche de atum e o suco de maracujá na geladeira. Olhou-o como alguém que olha o filho pela primeira vez e desceu as escadas. Ele escolheu não seguir.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

19:19

Sabe, sempre abominei a indiferença, essa coisa do "dane-se, as coisas vão melhor quando tiverem que melhorar", nunca combinaram comigo, acho que nunca tive paciência para esperar as coisas se ajeitarem e sempre as ajeitava do meu jeito. Tudo ficava muito bonito e radiante por um tempo, mas nunca dava muito certo. Eu consegui me apegar a ele porque ele me lembrava muito você. E, ao mesmo tempo que ele me lembrava você, era como se ele me fizesse te esquecer um pouco. Mas como sempre não durou muito tempo, nunca dura. Mudei demais por ele. Acho que ele não gostava muito da nova. O fato é: querido, não dá. Eu já tentei de tudo, mas não tem como. Você é minha única ponte de encontro ao paraíso, e eu não quero atravessá-la, deixá-la, esquece-lá, abandoná-la, não quero ir de encontro com outra ponte, se é que outra ponte poderá me levar onde você me leva. Quero ficar na ponte, na nossa ponte, sentada, com os pés para fora, observando os dias passarem, passarem, passarem. Sentada com os pés pra fora observando os peixes nadarem, nadarem, nadarem. Estar com outra pessoa que não seja você me dá nojo, acredite, digo porque sei, acabei de descobrir. Aconteceu o que eu mais temia: você me conquistou por completo. Sua sorte é que o Pequeno Príncipe estava errado quando disse que somos responsáveis por quem cativamos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Noon Moon

Você combina tanto com todas essas coisas bonitas do mundo. Sempre nos imagino no parque em uma tarde fria, em que o Sol estivesse se pondo, a fumaça saindo de nossas bocas apaixonadas e o céu ficando lindo e rosa lentamente. Essas coisas, essas coisas lindas e simples da vida me lembram você e tuas mãos de pianista. Me lembram você e teus olhos castanhos. Quando irei poder olhar para eles, meu amor? Quando irei poder te dizer tudo o que sinto, tudo o que você me faz sentir, com apenas um toque? Quando irei poder deixar minha alma transparecer para você, querido? Ah, se soubesse o quanto és importante pra mim. Por mais que você saiba que eu te amo, você nunca irá saber o quanto, nunca irá desconfiar o quanto, até porque nem eu o sei ao certo. Mas, afinal, pra quê medir? Eu ainda me lembro da primeira vez que te vi, eu me lembro o quanto você me fez mudar, ainda me lembro de você. Pra que dizer que irei esquecer, se eu não vou? Sou apenas uma pequena estrela que deseja você, luz do Sol. Mas se a Lua não pode ter o Sol, porque uma pequena estrela poderia?


quarta-feira, 20 de maio de 2009

The little things

"Você sempre me parece tão distante... Mas, ao mesmo tempo, tão próxima do que eu julgo fascinante."

Sabe, se as pessoas soubessem o quão bom e mágico é, pra mim, receber comentários e 'elogios' desse tipo, elas parariam de falar que eu sou bonita, pra falar que eu sou interessante, ou intensa, ou que tenho algo indubitavelmente mágico na forma que eu falo, ou ando, ou até mesmo penso...
Mas elas estariam mentindo.



sexta-feira, 15 de maio de 2009

I don't caaaaaare,

Quando o final está próximo, esse é um dos sintomas: Não ligar. Você faz tudo pra chorar mas não chora, porque no fundo não se importa mais. Então das duas uma: Ou você saiu tão quebrada da história que está anestesiada pra que a dor não te atinja, nem que seja por apenas alguns dias ou você realmente nunca conseguiu se entregar de corpo e alma a esse sentimento platônico (ou real) e, agora que percebeu que o círculo nunca se quebra, a ideia de que você gosta dele foi embora e você está intacta. Você sempre esteve.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Carro-céu

Sonhei que estávamos em um carro-céu.
Sério.
E ele era lindo, combinava com você.
Tão...azul.
Sabe aquela tonalidade de azul?
O azul mais bonito
O azul mais sincero.
O teu azul.
O nosso azul.
Azul e suas variáveis.
Você e suas variáveis.
Meu sentimento e sua invariabilidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Nothing ever changes.

Acho que estou em um estado de... "whatever" para tudo e para todos. E não, não é superficialmente.

terça-feira, 5 de maio de 2009

I find it hard to love you...

Sabe, ficar fechada no meu pessimismo é um grande erro. Talvez eu não tenha agora, mas talvez mais tarde, quando nos falarmos e nos conhecermos profundamente ele me enxergue como alguém que o entende justamente por ser exatamente como ele, e isso de que os 'opostos se atraem' é bobagem. Eu não preciso da atenção dele, eu só preciso que ele me dê tudo que eu posso ter, e eu sei que ele me daria. Só preciso disso, de mais nada. Eu sinto que sou capaz tanto quanto ela(s) de fazê-lo se sentir altamente evoluído, exatamente como o Craig se sentia quando escreveu aquela música. Eu gosto de maçãs, nunca deixaria faltar. E se você quisesse castanhas, as teria. Tudo pra te ajudar a dormir a noite, ou até mesmo ficar acordado, que seja. Não preciso sair de casa, não preciso ir ao cinema, ir a bares ou boates. Poderíamos sentar no sofá e tomar chocolate quente enquanto víamos 1969 ou, se preferir, não veríamos nada. Eu só quero arrancar essa angústia do teu peito, pois assim estaria arrancando o angústia do meu peito também.
Eu te amo.

"como você me dói de vez em quando..."

Just exactly like I used to...

Sabe, não é que eu realmente não te ame, é só que eu realmente não sei. Às vezes acho que simplesmente não nasci pra isso, não nasci para ter alguém com quem eu possa ficar de mãos dadas o tempo inteiro, talvez pelo descaso que eu tenho com a realidade. A realidade é feia, a realidade me assusta e o céu da realidade não é tão bonito quanto o meu céu, aquele que foi inventado. Talvez eu só o ame porque não o tenho em minhas mãos, e porque sei que nunca terei, porque ele não é meu. Eu te amava quando você não era, mas agora que o sonho virou realidade não atiça mais meus desejos, meu interesse e... meu amor.