Escrevia no caderno velho e surrado tudo que se passava pela cabeça. Desenha nuvens, flores e rostos. Rostos.
Estava piscando e, do nada, ao abrir os olhos brilhantes e castanhos, apareceu. Com patins nos pés e um sorriso no rosto, apareceu. Ela não queria piscar novamente. E se sumisse? E se se fosse assim como apareceu: de repente?
Ela, que estava aérea e sentada em cima de suas próprias pernas, ficou olhando-o. Olhando os cabelos ruivos naturais que reluziam ao Sol, os cachos embaraçados e as sardas pequenas e castanhas/laranjas. E ela ficou lá, com seus fios negros e seu vestido azul. Olhando.
E aquele momento não acabou. Ela só olhou.
E nunca mais piscou.