Sentia que estava flutuando. Tão leve. Tão nova. Com uma tristeza tão, tão diferente do habitual. Talvez não fosse tristeza. Talvez não seja. Queria chorar, mas não queria dizer nada. Não tinha mais certeza se queria que tivesse ficado, com toda aquela luz e com o jeito de quem não liga pra nada.
Viu que a vasilha do cachorro estava suja, que a janela estava fechada e que o lugar estava abafado. Que sentia sede, sono, fome. Que as coisas tinham mudado em 5 minutos o que não haviam mudado em 5 meses, 5 anos.
O leite azedou, a banda tocou e a vida não parou. Nunca vai parar. Não tinha o que organizar, não havia nada a lamentar.
Escreveu sobre toda a plenitude que tinha acabado de conhecer e foi dormir, sem medo de que tudo mudasse pela manhã.
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