sábado, 20 de fevereiro de 2010

O amor ronda as esquinas da tua alma.

Ela sentava lá, em baixo da maior árvore do Parque. Não por causa da sombra, e sim pra se sentir pequena. Deitava na grama verde, provavelmente esmagando aquelas formiguinhas pretas que iam de um lado para o outro. Ela estava no caminho delas. Coitada, era tão incômoda!
Escrevia no caderno velho e surrado tudo que se passava pela cabeça. Desenha nuvens, flores e rostos. Rostos.
Estava piscando e, do nada, ao abrir os olhos brilhantes e castanhos, apareceu. Com patins nos pés e um sorriso no rosto, apareceu. Ela não queria piscar novamente. E se sumisse? E se se fosse assim como apareceu: de repente?
Ela, que estava aérea e sentada em cima de suas próprias pernas, ficou olhando-o. Olhando os cabelos ruivos naturais que reluziam ao Sol, os cachos embaraçados e as sardas pequenas e castanhas/laranjas. E ela ficou lá, com seus fios negros e seu vestido azul. Olhando.

E aquele momento não acabou. Ela só olhou.
E nunca mais piscou.

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